Eu não alcanço.
Não dá alçada,
Não tem palavra.
E a coisa não morre.
Frio quente por dentro,
Pele eriçada por fora.
Secura na boca,
Fartura na pelve.
Quase tenho que desencostar,
pro coração não pular do peito e sair pulsando desritmado, boiando no ar.
Desvario,
Devaneio.
Eu não sossego.
Outra respiração por dentro da minha: corpo estranho - que por vezes parece já me conhecer
Parecença agoniada
De ecos e reflexos batidos em vaidades e solidões compartilhadas.
Dedos, dedos, dedos.
Moinho de carinhos dóceis,
Moinho de carícias doidas.
Púbis emboladas: ninho.
Pedaços de pele sentidos mesmo como pedaços - cada um, de cada vez.
Agonia doce que vicia,
Doçura agônica que não passa.
2 comentários:
Mas como dizer que algo desse tamanho vai desaparecer a partir de nossos acordos racionais?
O que colocar por cima?
Leio e sinto... cada palavra
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