domingo, abril 22, 2007

Do outro lado do espelho


Teu rio é liso, é fundo.
Tuas águas fartas, lúbricas, espuma.
Vazas de mim, minha igual.

Do outro lado do espelho:
Um olhar cintila enevoada luz-mistério,
Um sexo tão delicado, delicadamente tão sexo.

Carnes rijas, sorrisos torpes.
Pequenês pálida e macia.

Em teus suspiros-sussurros, suspensos no tempo,
Contas-me noite a dentro
Segredos de sereias, fadas, princesas e borboletas de papel.
Tudo aquilo que em sonhos se vê.

Do outro lado do espelho:
Quem sou eu?
Quem é você?