Quando comungamos nossos corpos
Num abraço quente,
Gostaria eu que não tivesse fim.
Num abraço quente,
Gostaria eu que não tivesse fim.
Sinto seu cheiro ardendo em mim,
E o gosto de erva na saliva morna,
Quando me beija assim...
Sinto o céu
Da sua boca,
Em minha nuca.
Suas mãos
Percorrendo minhas retas, curvas e voltas,
Pressionando meus quadris,
Seios e alma.
A respiração lenta e rápida,
Leve e pesada,
Úmida e quente,
Reverberando entre a gente,
Entre calmaria e frenesi.
Quero entrar pelos seus poros,
Saciar-me no teu peito,
Atingir o seu delírio.
Os lábios entre as pernas,
Os arcos ogivais,
As nossas digitais,
As suas costas largas,
Os lóbulos,
As pálpebras,
Todas as reentrâncias,
Todas as saliências.
Os licores interiores,
Embriagando noite afora,
Corpo a dentro...
Alma inteira.
O sol no centro do cosmos,
Você em mim,
A sua existência,
Na minha existência.
Os dentes,
A língua,
As pontas dos dedos.
Os braços,
Joelhos,
Dedos dos pés.
Um beijo,
Um sussurro,
Um devaneio.
Dentro de mim,
Dentro de mim,
Dentro de mim,
Profundamente em mim.
A luz
O som
O ar
A luz
O céu
O gozo.
3 comentários:
Essa é antiga... não sei porque não tinha postado ainda.
Virou até música pelos meninos do Sol. Sol na garganta do futuro, pra quem quiser ouvir: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=17591
Imagem: Vera & boy, Aundrey Kawasaki (de novo, porque ela é linda.)
*
quero deixar uma coisa aqui pra ti e pro teu namorado. presente pra vcs. é o poema I do livro "do desejo" da hilda hilst. paz!
*
Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.
*
Putz, passo mal com essa, me arrepio.
Amo.
Beijo
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