sábado, novembro 25, 2006

Insustentável leveza


Guardo em minhas mãos resquícios do cheiro de suas partes
Tenho a sensação de poder apreender com minhas mãos seu todo em partes
E enquanto quase dormia, sentir em meu corpo o reverberar de seus músculos a relaxar eu podia
O sono lhe pesava a pele e a consciência lhe esvaía
Evaporando-se por nossa cama a alma ía
Em silêncio sim.

Ao despertar-se, pesou-se sobre mim.
Em silêncio ainda assim.

Em súmula o ato
No corpo o peso, na alma o salto
Chegando ao teto, exaurindo o espaço

Ao desfalecer-nos, me fita a leveza
Pairando fluida, com as leis da gravidade a brincar
Misteriosa me sorri, arregalando-se em beleza
Zombando de minhas palavras que não a poderão jamais tocar.

5 comentários:

Thai Angelo disse...

Antonio Canova,
Eros e Psique

Thai Angelo disse...

O título é inspirado no livro "A insustentável leveza do ser", de Milan Kundera, que por sinal tem me inspirado muito.

Anônimo disse...

vc adora usar imagens que já usei, e nem sabe disso, né? e meu Deus, que texto lindo. o corpo pesa, a alma salta, ai ai, moça! :-)

Anônimo disse...

que foda ;~
me ensina? x]
;*

Felipe disse...

no corpo o peso e na alma o salto...
gravidade...
nessas horas toda a rima se perdendo e a gente flutuando em trocas de coisas gostosas de amor...
q lindo me encontrar nesses versos!