Guardo em minhas mãos resquícios do cheiro de suas partes
Tenho a sensação de poder apreender com minhas mãos seu todo em partes
E enquanto quase dormia, sentir em meu corpo o reverberar de seus músculos a relaxar eu podia
O sono lhe pesava a pele e a consciência lhe esvaía
Evaporando-se por nossa cama a alma ía
Em silêncio sim.
Ao despertar-se, pesou-se sobre mim.
Em silêncio ainda assim.
Em súmula o ato
No corpo o peso, na alma o saltoChegando ao teto, exaurindo o espaço
Ao desfalecer-nos, me fita a leveza
Pairando fluida, com as leis da gravidade a brincar
Misteriosa me sorri, arregalando-se em beleza
Zombando de minhas palavras que não a poderão jamais tocar.